quarta-feira, 29 de junho de 2016

Hitler


Adolf Hitler


Político alemão nascido na Áustria (1889-1945). Liderou o bloco alemão durante a Segunda Guerra Mundial.


Nascido em 1889, na cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler era filho de Alois Hitler, funcionário aduaneiro. Sua mãe, Klara Hitler era prima de seu pai e foi até a casa de Alois para cuidar da sua mulher que já se apresentava adoentada e prestes a morrer. Depois de enviuvar-se, Louis decidiu casar-se com Klara. Para isso, teve que pedir permissão à Igreja Católica, que só liberou o casamento depois da gravidez de Klara.
Do matrimônio de Louis e Klara nasceram dois filhos: Adolf e Paula. Durante os primeiros anos de sua juventude, Adolf era conhecido como um rapaz inteligente e mal-humorado. Na adolescência, foi duas vezes reprovado no exame de admissão da Escola de Linz. Nesse mesmo período começou a formular suas primeiras ideias de caráter antissemita, sendo fortemente influenciado pelo professor chamado Leopold Poetsch.

A relação de Hitler com seus pais era bastante ambígua. À mãe, dedicava extremo carinho e dedicação. Com o pai tinha uma relação conflituosa, marcada principalmente pela oposição que Louis fazia ao interesse de Adolf pelas artes e pela arquitetura. Frustrado com o seu insucesso na sequência de seus estudos, Hitler mudou-se para Viena, aos 21 anos, vivendo de pequenos expedientes. Vivendo em condições precárias, mudou-se para Munique quando tinha 25 anos de idade.

Quando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) teve início, Hitler tentou entrar para o exército austríaco, mas foi rejeitado. Em seguida, ele conseguiu se alistar no exército alemão. Inclusive, devido à sua bravura, ele chegou a ganhar a Cruz de Ferro. Mas, depois do fim da guerra, como tantos outros, ele também não conseguiu arrumar emprego. A Alemanha do pós-guerra passava por uma transformação social e o colapso da monarquia e da economia tornaram o terreno fértil para o crescimento de filosofias extremistas, que iam do comunismo ao nacionalismo. Nessa época, Hitler viajou para Munique, onde se tornou um dos primeiros membros do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – abreviado como Nazista.

A depressão econômica mundial, iniciada em 1929, tornou possível aos nazistas fazer avanços políticos em meio ao descontente eleitorado alemão. Aos poucos, eles passaram a ser reconhecidos como um legítimo partido político, e Hitler, que era um orador brilhante, começou a se destacar e receber vários apoios. Em 1933, o Partido Nazista era tão poderoso que o presidente Paul von Hindenburg (1847-1934) viu-se forçado a apontar Adolf Hitler como chanceler da Alemanha. Imediatamente ele começou a se valer de sua nova posição para derrubar Hindenburg e assumir o controle ditatorial da Alemanha. Ele decidira também rearmar militarmente a Alemanha e reafirmar seus interesses territoriais na Europa.
Em março de 1938, Hitler anexou a Áustria, tornando-a parte da Alemanha. E um ano depois, em março de 1939, suas tropas tomaram o controle da Tchecoslováquia. Embora Inglaterra e França tenham se oposto abertamente à investida alemã, elas não tomaram nenhuma iniciativa para tentar evitar uma guerra. Em 24 de agosto de 1939, a Alemanha assinou um pacto de não-agressão com a União Soviética. E no dia 1 de setembro, desferiu um ataque em grande escala sobre a Polônia. No dia 3 de setembro, Inglaterra e França declararam que o estado de guerra já se constituíra por dois dias. Era o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os dois primeiros anos de guerra foram marcados por grandes sucessos militares das forças alemãs. A França caiu em questão de semanas em 1940, e, embora a Inglaterra não tenha chegado a ser invadida, seu poder militar na Europa era totalmente nulo. A dominação total de Hitler na Europa durou de 1941 a 1944, quando os aliados anglo-americanos tomaram bases importantes na França e na Itália e os exércitos soviéticos forçaram os alemães a recuar do leste europeu. No início de 1945, os alemães estavam defendendo desesperadamente seu próprio território e, em 7 de maio, a guerra estava acabada.

O espírito de Hitler entre 1939 e 1942 tinha sido o de um invencível otimismo. Seus planos eram para um Império Germânico, ou Reich, na Europa, que durasse mil anos. Para realizar seu sonho de um Reich racialmente puro, o ditador criou uma rede de crematórios para a execução em massa de judeus, ciganos e outros povos considerados por ele "indesejáveis". Entre 1943 e 1945, Hitler foi se tornando uma pessoa cada vez mais deprimida e irritada. Ele passou também a se envolver com crenças ocultas e acreditar que uma forma de magia negra, combinada com misteriosas armas secretas, poderia salvar a Alemanha da derrota. Em 30 de abril, tudo indica que, ao mesmo tempo em que exércitos soviéticos cercavam Berlim, a capital da Alemanha, Hitler, que havia se escondido numa casamata fortificada nos subterrâneos de um prédio de Berlim, assassinou Eva Braun, sua amante de longa data, com quem havia se casado pouco tempo antes, e depois tirou sua própria vida.

Adolf, o artista

Um orador que se contorcia no palco, cercado de bandeiras gigantescas, músicas e enormes batalhões com movimentos coreografados – basta ver os comícios de Hitler para perceber que havia ali algo mais do que simples política. Não é à toa que o arquiteto nazista Albert Speer, a pessoa mais próxima de Hitler durante seus anos no poder, tenha afirmado que, para entender o Führer, era preciso perceber que ele se via, acima de tudo, como um artista. O costume vinha do berço: Hitler estudou piano e canto quando criança e, aos 18 anos, tentou ingressar na Academia de Artes Gráficas de Viena, Áustria.
Foi recusado duas vezes – segundo os críticos, seus trabalhos não tinham vida nem originalidade. Mesmo assim, sobreviveu por seis anos vendendo na rua suas pinturas, que continuou a fazer mesmo nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial.
Rejeitado pela academia, resolveu aplicar seu estilo na política. Tomou como símbolo do movimento a cruz suástica – um dos sinais mais fortes e antigos da humanidade, utilizado por centenas de etnias ao redor do mundo. Participou do desenho dos uniformes, insígnias, bandeiras e prédios nazistas. Talvez o único assunto que o obcecasse mais que o ódio aos judeus fosse a arquitetura – e nesse ponto seu estilo era muito particular. Considerava as artes modernas “degeneradas” e tentava retomar a grandiosidade que via nos estilos clássicos, com edifícios tão grandiosos quanto as pirâmides egípcias. Seus prédios deveriam demonstrar a superioridade que atribuía ao povo alemão. Um auditório para seus discursos abrigaria 17 vezes mais pessoas que a Basílica de São Pedro, em Roma. Projetou também um Arco do Triunfo 70 metros mais alto que o de Paris. Caberia a esses edifícios manter viva a imagem de Hitler: os materiais usados deveriam, milênios depois, deixar ruínas tão impressionantes quanto as romanas. Nenhuma dessas obras monumentais saiu do papel, o que, para muitos, é um sinal de que a verdadeira arte de Hitler não estava na construção, mas sim na destruição.

GOVERNO E CONTROLE NAZISTA

Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933, colocando um fim na democracia alemã. Guiados por idéias racistas e autoritárias, os nazistas aboliram direitos básicos e inventaram uma comunidade populacional de origem alemã, o Volk [povo, que deveria ter o poder]. Teoricamente, aquela comunidade uniria todas as classes e regiões da Alemanha sob o comando de Hitler. Na prática, o Terceiro Reich era um estado policial, onde os indivíduos eram sujeitos a detenções e prisões arbitrárias.
Nos primeiros meses como chanceler, Hitler deu início a uma política de “sincronização”, obrigando organizações, partidos políticos e governos estaduais a se alinharem aos objetivos nazistas e colocando-os sob sua liderança. A cultura, a economia, a educação e as leis passaram a ter um maior controle nazista. Os sindicatos foram abolidos e trabalhadores, funcionários e empregadores foram inseridos em organizações nazistas. Em meados de julho de 1933, o Partido Nazista era o único partido político permitido na Alemanha, e o Reichstag(Parlamento Alemão) existia apenas para endossar a ditadura de Hitler. As determinações do Führer [governante] tornaram-se a base da política governamental.
A indicação de membros do Partido Nazista para cargos públicos aumentou a autoridade de Hitler sobre os funcionários do governo. De acordo com o princípio de liderança do Partido, a autoridade vinha de cima e a obediência absoluta aos superiores era esperada em todos os níveis da hierarquia nazista. Hitler era a maior autoridade do Terceiro Reich.
27 DE FEVEREIRO DE 1933
PRÉDIO DO 
REICHSTAG (PARLAMENTO ALEMÃO) DESTRUÍDO POR INCÊNDIO
Após declarar que os comunistas haviam incendiado o prédio doReichstag (parlamento alemão) em Berlim, Adolf Hitler usou o incidente para assumir poderes extraordinários na Alemanha. Hitler convenceu o então presidente alemão, Paul von Hindenburg, a declarar estado de emergência, e os direitos individuais assegurados pela constituição foram abolidos.
5 DE MARÇO DE 1933
NAZISTAS NÃO CONSEGUEM ELEGER UMA MAIORIA NAS ELEIÇÕES DO REICHSTAG (PARLAMENTO ALEMÃO)
Mesmo com o estado de emergência declarado em fevereiro de 1933 e os poderes extraordinários então assumidos por Adolf Hitler, os nazistas não conseguiram garantir a maioria necessária durante as eleições parlamentares, recebendo apenas 45 por cento dos votos. Mais tarde, em março de 1933, Hitler apresentou um projeto que daria a seu governo o poder de decretar leis sem precisar submetê-las à votação no parlamento alemão. O projeto foi aprovado, em parte devido à prisão de muitos oponentes comunistas e socialistas antes de sua votação.
23 DE MARÇO DE 1933
REICHSTAG (PARLAMENTO ALEMÃO) CONCEDE PODERES LEGISLATIVOS A HITLER.
Depois que o Partido Nazista não conseguiu eleger um número suficiente de representantes para conquistar a maioria parlamentar, Adolf Hitler apresentou um projeto-de-lei que permitia a seu governo legislar sem necessidade de se submeter ao poder legislativo. Os nazistas, os conservadores e o Partido Católico de Centro apoiaram a chamada “Lei de Autorização”, a qual concedeu ao governo de Hitler o poder para decretar leis sem necessidade de votação das mesmas pelos parlamentares, por um período de quatro anos. Oponentes comunistas e muitos socialistas foram presos antes da votação. Por fim, somente os socialistas remanescentes contestaram a medida, mas o projeto de lei foi aprovado. Logo em seguida, Hitler baniu todos os partidos políticos da Alemanha, com exceção do Partido Nazista.
30 DE JUNHO DE 1934
NOITE DAS FACAS LONGAS
Naquela noite, foi realizado um expurgo na liderança das Tropas de Choque (SA), e entre os outras pessoas que supostamente opunham-se ao regime de Adolf Hitler. O evento ficou conhecido como a “Noite das Facas Longas”. Mais de 80 líderes das SA foram detidos e mortos a tiros, sem julgamento. Hitler disse que o acontecido era uma resposta a uma conspiração por parte de alguns membros das SA para tentar derrubar seu governo. As SA, sob liderança de Ernst Roehm, buscava tomar o lugar do exército alemão. A remoção de Roehm garantiu a Hitler um apoio ainda maior do exército.
2 DE AGOSTO DE 1934
O PRESIDENTE VON HINDENBURG MORRE AOS 87 ANOS
O presidente alemão Paul von Hindenburg morreu aos 87 anos de idade, e assim Adolf Hitler assumiu os poderes da presidência. O exército fez um juramento de lealdade pessoal a Hitler. Sua ditadura baseava-se em suas posições de Presidente do Reich (chefe de estado), Chanceler do Reich (chefe de governo) e Führer (chefe do Partido Nazista). Seu título oficial passou a ser “Führer e Chanceler do Reich”.

Passos para a tragédia

A trajetória de Hitler, da infância à destruição da Europa
1889 - Adolf Hitler nasce na pequena cidade de Braunau am Inn, na Áustria. Seu fraco desempenho escolar o faz abandonar o colégio com 16 anos e seguir pouco depois para Viena com o intuito de estudar pintura
1914 - O início da Primeira Guerra Mundial o impele a se alistar na infantaria alemã. Mesmo condecorado duas vezes por bravura, é tido como inapto para promoção por não demonstrar liderança. Acaba no hospital depois de sofrer um ataque com gás
1918 - Ainda no Exército, recebe a missão de vigiar grupos extremistas em Munique e acaba se tornando o 55º integrante de um deles. Seus discursos fazem com que, cinco anos depois, o movimento passe a reunir 55 mil membros
1923 - Proclama sem sucesso uma revolução contra o governo e acaba na prisão, onde escreve seu livro Minha Luta. Cumpre apenas dez meses de reclusão e reorganiza o partido, que nove anos depois se torna o maior do Parlamento
1932 - Hitler concorre à presidência, é derrotado por Paul von Hindemburg e começa a perder força política. Mas, dez meses depois, manobras nos bastidores forçam Hindemburg a dar a ele o controle do governo, no cargo de chanceler
1933 - Um atentado incendeia o prédio do Parlamento. Hitler aproveita a oportunidade para suspender direitos civis e prender inimigos políticos. Nos meses seguintes, ganha o direito de promulgar leis e fecha todos os partidos e organizações não-nazistas
1934 - Hindemburg morre, Hitler assume também o cargo de presidente e consolida de vez seu poder. Aproveita o impasse nas relações internacionais para armar seu Exército, reocupar territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial e anexar a Áustria
1939 - Depois de invadir a Tchecoslováquia, Hitler avança sobre a Polônia e dá início à Segunda Guerra Mundial. Menos de dez meses depois, França, Holanda, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Luxemburgo já estão sob domínio alemão
1941 - Hitler ordena o assassinato em massa de judeus e invade a Rússia. O fracasso desse ataque abre espaço para a contra-ofensiva soviética e para que britânicos, americanos e seus aliados comecem a retomar os territórios ocupados
1945 - Mesmo acuado, Hitler se recusa a colocar seu Exército na defensiva, tenta ataques desesperados e perde cada vez mais territórios. Com os russos nas redondezas de Berlim, suicida-se e ordena que seu corpo seja incinerado

O Sonho de Hitler era ser artista 
O ditador teve uma adolescência muito sofrida. Em setembro de 1900, aos 11 anos, ingressou na Realschule de Linz, uma escola secundária que formava rapazes para a carreira comercial ou técnica. “De modo algum desejava me tornar um funcionário público. Um dia, tive certeza de que seria pintor, um artista... Meu pai ficou perplexo, mas logo se recuperou... ‘Artista, não, jamais enquanto eu viver!’”, assim escreveu Hitler em seu livro Mein kampf. Aos 16 anos, após a morte do pai, Alois Hitler, Adolf se mudou para Linz com sua mãe, irmã e tia e consagrou “toda a vida à arte”. Ele fazia esboços, pintava, projetava museus, uma ponte sobre o rio Danúbio, teatros e até mesmo a completa reconstrução de Linz. Fez também, por um tempo, algumas aulas de piano. Além disso, frequentava concertos, teatros, um clube de música, outro de livro e um museu de cera. Como teria sido a história da Alemanha se Hitlertivesse obtido sucesso em seu sonho? 


Hitler escrevia poemas 
Aos 15 anos, 
Adolf passava a maior parte do tempo desenhando, pintando e lendo. Nessa época, morava numa casa de família em Steyr, na Áustria, onde ficava a escola que então frequentava. Escreveu também, com essa idade, um poema um tanto quanto incoerente. Os símbolos (-) são palavras indecifráveis:As pessoas ali se sentam numa casa ventilada
Enchendo-se de cerveja e vinho
Comendo e bebendo em êxtase
(-) então de quatro.
Ali escalam os altos picos das montanhas
(-) com as faces cheias de orgulho
E caem como acrobatas em cambalhotas
E não podem se equilibrar
Então, tristes, voltam para casa
E em calma esquecem o tempo
Então ele vê (-), sua esposa, pobre homem,
Que lhe cura as feridas com uma boa sova. 

O poema estava ilustrado com o desenho de uma mulher robusta surrando o marido.
E a fase poeta de Hitler não acabou na adolescência. Durante a guerra de trincheiras, em 1915, o ditador escreveu:
Frequentemente sigo em noites frias
Ao Carvalho de Odim no calmo bosque
Tecendo com negra magia uma união
A Lua traça runas com seu feitiço
E sua mágica fórmula humilha
Os que se enchem de orgulho à luz do dia!
Forjam suas espadas em fulgurante aço – mas, em vez de lutar,
Congelam como estalagmites
Assim se distinguem as almas – as falsas das verdadeiras
Penetro um ninho de palavras
E distribuo dádivas aos bons e aos justos
E minhas mágicas palavras lhe trazem bênçãos e riquezas! 

O primeiro amor de Hitler foi uma judia 
Muitos sabem que Adolf Hitler tinha uma relação muito forte com sua mãe. Mas o primeiro amor dele, de fato, foi Stefanie (ou Stephanie) Isak, uma jovem loira e alta que vivia no mesmo subúrbio de Linz. O sobrenome dela indicava que fosse judia, mas isso não o incomodava.

O menino apaixonado de 17 anos dedicou a ela uma série de poemas românticos e, na companhia de seu melhor amigo, Gustl Kubizek, ficava todos os dias esperando Stefanie passar na rua, que infelizmente estava sempre sob o olhar atento da mãe.

Hitler confessou a Gustl que, para fugir com ela, seria capaz de sequestrá-la. E como a moça o ignorava, Adolf planejou suicídio nas águas do rio Danúbio, levando-a consigo. Stefanie, que possivelmente nunca conversou com Hitler, acabou se casando com um soldado, o tenente Jasten. 


Videos:






Abaixo episódios da minissérie Hitler: A Ascensão  do mal




Filme: A Queda


Traudl Junge (Alexandra Maria Lara) trabalhava como secretária de Adolf Hitler (Bruno Ganz) durante a 2ª Guerra Mundial. Ela narra os últimos dias do líder alemão, que estava confinado em um quarto de segurança máxima